O resumo de toda a lei

Sexta-feira da 3ª Semana da Quaresma

8 de março

 

Leituras:

Os 14,2-10

Sl 80(81),6c-8a.8bc-9.10-11ab.14 e 17

Mc 12,28b-34

(Acesse aqui) 

Por Pe. Geraldo Martins

O caminho da conversão implica reconhecer o pecado, confessá-lo e comprometer-se a não voltar a ele. É o que vemos no texto do profeta Oséias: há o convite à conversão (Os 14,2), o discurso do pecador convicto e arrependido (Os 14,3s), o perdão e a cura (Os 14,5), assim o perdoado floresce e dá fruto (Os 14,6-8) (Cf. Bíblia do Peregrino). Temos feito esse caminho, especialmente, nesse tempo quaresmal?

Qual é o pecado de Israel que o profeta Oseias condena, conclamando-o a voltar para o Senhor? A idolatria – “que tem Efraim ainda a ver com ídolos?” (Os 14,9), “a recusa de encontrar a Deus nos acontecimentos cotidianos, em não ver a Deus na história” (Missal Cotidiano) – “sou eu que o atendo e olho por ele” (Os 14,9).

A lei de Deus é sempre a referência para fazermos nosso exame de consciência a fim de perceber se não temos também nós seguido o caminho da idolatria. No evangelho, vemos um mestre da lei indagando a Jesus sobre qual é o primeiro mandamento, ou seja, diante de centenas de proibições e mandamentos (613), qual era o mais importante e que, de certa forma, resumiria todos?

Jesus, respondendo, diz que tudo se resume no amor a Deus (Dt 4,6) e ao próximo (Lv 19,18). O amor a Deus, no entanto, deve ser radical e absoluto – “de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e com todas as forças” (cf. Mc 14,30). Já o amor ao próximo deve ser como cada um se ama a si mesmo (Mc 14,31). Um amor leva ao outro, inevitavelmente, a ponto de São João dizer que é mentiroso quem diz amar a Deus que não vê se não ama o irmão a quem vê (Cf 1Jo 4,20). É  o nosso caso?

Diz Bento XVI: “Antes de ser um mandamento - o amor não é uma ordem – [o amor] é um dom, uma realidade que Deus nos faz conhecer e experimentar, de modo que, como uma semente, possa germinar também dentro de nós e desenvolver-se na nossa vida. Se o amor de Deus ganhou raízes profundas numa pessoa, ela torna-se capaz de amar até quem não o merece, como faz precisamente Deus em relação a nós” (Angelus 4.11.2012).

O pecado é muro que nos impede de amar a Deus e ao próximo. Perdoa nossos pecados, Senhor, a fim de que nosso amor a ti se manifeste no nosso amor aos irmãos e irmãs para que seja verdadeiro e libertador. Amém!

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