Oração e perdão, caminhos de santidade

 Terça-feira da 3ª Semana da Quaresma

5 de março

 

Leituras:

Dn 3,25.34-43

Sl 24(25),4bc-5ab.6-7bc.8-9

Mt 18,21-35

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

A oração é prática indispensável se quisermos crescer na conversão e na santidade. No texto de Daniel, o jovem Azarias, lançado na fornalha com outros dois companheiros a mando do rei Nabucodonosor (cf. Dn 3,19-23), faz uma bela oração em que exalta a Deus, reconhece os pecados do povo e suplica a misericórdia divina. Tendo como distintivo a humildade e a confiança, a oração de Azarias, no trecho proclamado, é um veemente apelo a que Deus não abandone o povo: “não nos desampares nunca; não desfaças tua aliança nem retires de nós tua benevolência” (Dn 3,34s). Um reconhecimento claro que, sem o auxilio de Deus, o povo perece e não sobrevive.

Seguida de sacrifícios e holocaustos, a oração leva também ao compromisso de uma vida transformada vivida na fidelidade ao Senhor – “de agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face” (Dn 3,41), totalmente abandonada aos desígnios de Deus – “trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia” (Dn 3,42).

Junto com a oração e fruto dela, o perdão se coloca também como sinal de santidade e conversão. Acostumados a quantificar e colocar limite em tudo, surpreendemo-nos quando Jesus revela que o perdão deve ser dado infinitamente a exemplo de Deus que perdoa sempre. E não só isso. Perdoa tudo. Deus é, portanto, a única referência válida para o que e quanto perdoar, ou seja, perdoar tudo e sempre. É o que vemos na parábola que Jesus conta para responder Pedro que lhe perguntara quantas vezes se deve perdoar o irmão (Mt 18,21).

O perdão não é uma questão de matemática, mas de amor, de misericórdia, de compaixão. É preciso admitir que nem sempre é fácil perdoar, contudo, se compreendermos o sentido profundo de perdoar, baseados na própria experiência de termos sido perdoados, tudo fica mais fácil. A condição para sermos perdoados é nossa disposição em também perdoar. Rezamos isso todos os dias, e mais de uma vez, na oração do Pai Nosso. Falta, para muitos, transformar isso numa prática verdadeira e autêntica.

Senhor, não nos tires tua misericórdia e teu perdão e, por tua graça, ajuda-nos a perdoar de coração a quem nos ofende a fim de sermos verdadeiramente livres e felizes. Amém!

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