Vencer a inveja e o ódio

Sexta-feira da 2ª Semana da Quaresma

1º de março

Leituras:

Gn 37,3-4.12-13a.17b-28

Sl 104(105),16-17.18-19.20-21 (R. 5a)

Mt 21,33-43.45-46

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Quando a pessoa humana se deixa conduzir pelo ódio, ela se torna capaz de praticar todo tipo de mal. Não vê o outro como irmão a ser amado, mas como inimigo a ser abatido e eliminado. E, muitas vezes, o ódio nasce da inveja e do ciúme, aninha-se no coração humano que, feito para amar, transforma-se em fonte de maldades.

A história de José, narrada na primeira leitura, mostra-nos seus irmãos, tomados de ódio, tramando sua morte – “Aí vem o sonhador! Vamos matá-lo e jogá-lo numa cisterna” (Gn 3,19-20). Qual a raiz de tanto ódio e violência? O ciúme e a inveja por se sentirem menos amados pelo pai que demonstrou predileção por José. Ah, como é triste conviver com pessoas que não sabem se alegrar com os dons dos outros!

No evangelho, a parábola contada por Jesus é um resumo da história da salvação. A vinha significa o povo de Israel cuja vida e cuidado Deus confia às lideranças – sumos sacerdotes e anciãos (cf. Mt 21,33). Deus cobrará dos vinhateiros os frutos que espera de sua vinha. À cobrança de Deus, respondem com violência, matando o próprio filho do dono da vinha com o desejo de se apossar da vinha. A referência aqui é clara a Jesus, morto fora dos muros de Jerusalém.

Nos dois textos da liturgia de hoje, “o único protagonista é Jesus, escondido na figura de José e na figura do filho herdeiro da parábola. Foi a inveja que mobilizou a má vontade dos irmãos contra José e a dos vinhateiros contra o filho herdeiro da parábola” (dehonianos.org).  E da inveja brotou o ódio que nos impede de construir fraternidade. 

No contexto da Campanha da Fraternidade deste ano que nos fala da Amizade Social, estes textos são um convite a vencermos a inveja e o ódio pela prática do “amor que rompe as cadeias que nos isolam, separam, lançando pontes; o amor que os permite construir uma grande família na qual todos nós podemos nos sentir em casa” (Fratelli Tutti, 62).

Ó Cristo, livra-nos do ciúme, da inveja e do ódio que geram violência e morte. Nesta Quaresma, nosso coração se abra ao amor que tudo vence e a todos acolhe e serve. Amém! 

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