A utopia do Reino

Terça-feira da 2ª Semana da Páscoa

9 de abril

 

Leituras:

At 4,32-37

Sl 92(93),1ab.1c-2.5

Jo 3,7b-15

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

No diálogo com Nicodemos, Jesus insiste na necessidade do Espírito Santo para o discernimento a respeito de sua presença no mundo. Só quem nasce do alto, isto é, quem recebe o batismo em nome de Jesus, é capaz de reconhecer o Cristo como Filho do Homem, que se encarna para libertar a humanidade.

A glorificação de Jesus – “é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna” (Jo 3,14s) – é evocada aqui como sinal de sua entrega, livre e obediente, pela salvação do mundo. Sem o ingrediente, da fé, no entanto, tudo fica sem sentido – “se vocês não acreditam, quando lhes falo das coisas da terra, como acreditarão se lhes falar das coisas do céu?” (Jo 3,12)”.

A fé é o elemento fundante da comunidade dos que creem e seguem a Jesus. Esta fé deve ser guiada e alimentada pelo Espírito que, como vento, sopra onde quer. É o sopro da vida nova que deve conduzir todo aquele que se dispõe a ser discípulo de Jesus. Os que o seguem são facilmente identificados porque passam a ter um comportamento diferenciado.

O ideal da comunidade cristã descrito nos Atos dos Apóstolos nos desafia a todos numa sociedade que prega o acúmulo, incentiva o individualismo e alimenta a indiferença. Se levarmos a sério o Evangelho, tornamo-nos uma comunidade de irmãos e irmãs, onde uns se preocupam com os outros e cujo testemunho não passa despercebido aos demais.

Tornar-se “um só coração e uma só alma”, ser “estimados por todos” e “não deixar que ninguém passe necessidade” (At 4,32-34) constitui-se na utopia do Reino que toda comunidade cristã deveria perseguir sem jamais desistir. Poderíamos começar essa experiência na própria família e estendê-la, aos poucos, aos demais membros da comunidade de fé. Então, sim, nossa eucaristia teria mais sentido, nossa fé seria mais testemunhal, nossa caridade, mais transformadora.

Ó Pai, dá-nos teu Espírito Santo a fim de que creiamos nas coisas do alto que teu filho nos revelou. Faz-nos comunidade de irmãos e irmãs, unidos por esse Espírito, a fim de que testemunhemos o amor fraterno, a partilha generosa e a ressurreição libertadora de Jesus. Amém!

Comentários

  1. Leitura dos Atos dos Apóstolos.
    Quem reparte seus bens tem dentro de si um forte apelo do amor-doação e uma solidariedade Sem Limites para com os irmãos. Quem não reparte não sabe o tamanho do amor.

    Nicodemos foi o encontro de Jesus e com Ele conversou sobre "nascer de novo". Sua atitude nos mostra a necessidade de nos abrirmos à ressurreição do Senhor, para com Ele também ressuscitarmos. Só as pessoas disposta a amar até o fim podem construir uma sociedade verdadeiramente humana. Essas pessoas são livres porque rompem com tudo o que elas impede de abraçar "o novo" a vida de cada uma delas será a prática do Amor, a entrega de si mesmos, como o amor de Deus pela humanidade inteira. Que cada um de nós e nossas comunidades sejamos assim.

    Senhor, dai-nos o Espírito Santo afim de que nossa vida seja fermento de uma sociedade justa, solidária e mais fraterna.
    E afim de darmos testemunho da ressurreição Libertadora de Jesus. Amém

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  2. A fé é o elemento fundante das comunidades dos que crêem.

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