O milagre da compaixão e da partilha

Sexta-feira da 2ª Semana da Páscoa

12 de abril

 

Leituras:

At 5,34-42

Sl 26(27),1.4.13-14

Jo 6,1-15

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

A partir de hoje, acompanharemos o capítulo 6 de São João que começa com a multiplicação dos pães e segue com o grande discurso de Jesus sobre o Pão da vida.

Seguido por uma grande multidão por causa de seu cuidado com os doentes (Jo 6,2), Jesus mostra toda sua sensibilidade para com a realidade de quem o acompanhava – “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?" (Jo 6,5). Numa sociedade que globaliza a indiferença, somos convidados a ter o olhar compassivo de Jesus que se antecipa à necessidade do povo. A fome é realidade que atinge bilhões de pessoas no mundo e as lideranças mundiais têm mais preocupação com o armamento do que com o combate a esse flagelo que tira a vida de tanta gente... Dados revelam que 25% por ano dos U$ 2,2 trilhões gastos com armas em 2023 seriam suficientes para erradicar a fome no mundo...

A grande lição do evangelho é que a solução para a fome no mundo não está tanto numa equação capitalista como pensava Filipe - "nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um" (Jo 6,7) -, mas na partilha que faz multiplicar o pouco que se tem - "Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?" (Jo 6,9). 

Jesus ensina que a organização e a ação de graças devem precede à partilha: “façam sentar as pessoas... tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam” (Jo 6,10-11). Enquanto cada um pensar apenas em si, não sendo capaz de colocar o pouco que tem para ser partilhado com quem nada tem, continuaremos assistindo a multidões em suas carências que as desumanizam.

Sinal da eucaristia, a multiplicação dos pães é forte apelo a que façamos de nossas eucaristias compromisso com a vida dos que a têm ameaçada, tornando-nos, como Cristo, agentes multiplicadores de vida e de esperança para todos e todas.

Como Gamaliel, na primeira leitura, somos desafiados a reconhecer os sinais de Deus cuja obra jamais será destruída por ações humanas. A alegria dos apóstolos por sofrer em nome do Senhor (At 5,41) deveria nos contagiar e impulsionar a enfrentar os desafios que nos são postos quando nos dispomos a anunciar o Evangelho de Cristo e a matar a fome dos famintos.

Senhor, faz-nos sensíveis e compassivos à fome dos teus filhos. Livra-nos do egoísmo e do acúmulo que nos impedem de partilhar o pouco que temos com os que nada têm. Amém!

 

Comentários

  1. Senhor dai-nos a graça de sempre estarmos atentos para acolher e ajudar nossos irmãos que passam por necessidades.

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  2. Leitura dos Atos dos Apóstolos.
    Os apóstolos continuam sofrendo em nome do Evangelho, mas não se acovardam e continuam firmes anunciando no templo e nas casas.
    Para os que sabem em quem acreditam não há medo algum. Felizes, mesmo no sofrimento, os apóstolos continuam a anunciar a Boa Nova da vida em plenitude.


    A fome não é da dignidade de nenhum ser humano, nem de nenhuma criatura. A multidão que se aproximou de Jesus estava com fome, e Ele teve compaixão deste povo. Apresentando-lhe uma criança com dois peixes e cinco pães, mostrando-nos que ainda somos pequenos na compreensão do Reino. Mas o Reino é dos pequenos e por isso Jesus multiplica os pães e os peixes e sacia a fome da multidão. se em nosso mundo houvesse mais intensamente o dom da partilha não haveria gente grande e pequena morrendo de fome quando, Senhor, vai passar essa dor?
    Chegará o dia em que os dois peixes e cinco pães serão suficientes para saciar uma multidão, pois aprendemos todos a viver decididamente como irmãos e irmãs.


    Senhor, nos ajude a saber repartir o pão da vida o pão da fraternidade e da esperança entre todos, e nos livra do egoísmo. Amém

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  3. Dai- lhe vós mesmos de comer,que o milagre vai acontecer!

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