Perseguição que leva à fé

Quarta-feira da 3ª Semana da Páscoa

17 de abril

 

Leituras:

At 8,1b-8

Sl 65(66),1-3a.4-5.6-7a

Jo 6,35-40

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Três pensamentos surgem a partir deste texto de São João. O primeiro é que Jesus se apresenta como o pão da vida. A expressão ‘Eu sou’ nos lembra o modo como Deus se apresenta a Moisés ao enviá-lo para libertar o povo do Egito. É uma forma de Jesus revelar sua identidade. Ele veio para saciar a fome e a sede dos filhos e filhas de Deus. Isso, porém, exigirá a fé.

Esse é o segundo pensamento: crer no enviado do Pai. No entendimento de São João, ‘ver’ Jesus significa crer nele e nem sempre isso acontece – “vocês me viram, mas não acreditam” (Jo 6,36). E nós, vemos a Jesus? Cremos nele? Como provamos nossa fé nele?

O terceiro pensamento tem sua raiz na afirmação de Jesus que disse ter descido do céu para fazer a vontade de Deus que o enviou (cf. Jo 6,38). E qual é essa vontade? A salvação de todos e todas, que está condicionada à fé em Jesus. É pela fé que se obtém a ressurreição “no último dia” (Jo, 6,40).

O Papa Francisco diz a respeito deste texto: “Tal como a partida se calcula a partir da meta, como a sementeira se julga a partir da colheita, assim também a vida se julga bem a partir do seu fim” (4.11.2019). E o fim da vida é a ressurreição, a vida eterna. Devemos buscá-la permanentemente.

A missão da Igreja é anunciar essa verdade e, muitas vezes, esse anúncio nasce da perseguição de que a Igreja é vítima como vimos nos Atos dos Apóstolos. Perseguidos após o martírio de Estêvão, os cristãos se espalham pela região e, ao invés de se esconderem ou silenciarem, anunciam destemidamente a verdade da ressurreição de Cristo, com destaque para Filipe.

É interessante observar que “a perseguição ajudou a Igreja a não adormecer e a reencontrar as suas raízes missionárias, que são o segredo da sua eterna juventude”, afinal, “quando os discípulos do Senhor parecem comodamente instalados, quando se consideram integrados num determinado contexto social, é o próprio Espírito a agitar o ‘lugar’ com várias provações, incluindo a perseguição” (dehonianos.org).

Deus sempre nos surpreende, costuma dizer o Papa Francisco. Nem sempre somos capazes de “ler nos fatos os sinais dolorosos do Espírito” (Missal Cotidiano) e, assim, nos privamos da imensa riqueza advinda da dor, do sofrimento, da crise vividos pela Igreja.

Senhor, ajuda-nos a fazer das perseguições e sofrimentos oportunidade de crescimento na fé a fim de alcançarmos a vida eterna prometida por teu filho a todos que nele crerem. Amém!

Comentários

  1. Livrai-nos de todo o mal senhor. Amém

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  2. Jesus é o Pão da vida.Quem come deste pão viverá eternamente!

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  3. Leitura dos Atos dos Apóstolos.
    A palavra de Deus se expandia e aqueles que eram excluídos, como samaritanos, acolhe com a alegria, entusiasmo e unanimidade.

    Apesar da frieza e da indiferença de muitos para com as coisas de Deus, sua palavra há de ressoar em todas as partes da terra, pois ela é vida e salvação. Mesmo que haja o desejo de sufocá-la porque nos incomoda na prática da justiça e do bem, ela continuará
    a nos provocar e a nos convocar. Se procuram aniquilar a voz da verdade, a ilusão da mentira tira a paz e traz a morte. O mundo conturbado e muitas vezes dividido em que vivemos ainda há de crer na força da ressurreição de Cristo e na certeza da nossa ressurreição.
    A vontade de Deus é a nossa salvação, apesar da recusa dos homens e mulheres; mas aqueles que creem alcançarão a ressurreição e a vida eterna em Jesus.

    Senhor, nos ajude a não desistir em meios as perseguições e Sofrimentos, nos ajude a aproveitar a oportunidade e crescer na fé. Amém

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