Fazer a experiência de Deus

Sexta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum

14 de junho

 

Leituras:

1Rs 19,9a.11-16

Sl 26(27),7-8a.8b-9.13-14 (R. 8b)

Mt 5,27-32

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Fugindo das ameaças de Jezabel, Elias, alimentado por um pão misterioso, chega o monte Horeb onde faz a experiência de Deus que não se manifesta no trovão, nem no terremoto e nem no fogo, como ocorrera com Moisés (Ex 19,16-19), mas numa brisa suave. “O murmúrio de um vento tranquilo simboliza a intimidade de sua conversa (de Deus) com seus profetas, mas não a doçura de sua ação” (Bíblia de Jerusalém), como se poderá verificar nas ordens que dará nos versículos 15 a 17.

Deus censura Elias por fugir e por julgar-se o único que permanecera fiel à sua aliança. Ordena que volte para ungir a outros que escolhera para a missão de liderar seu povo. Prova, assim, que Elias não é o único que lhe é fiel.

Este episódio de Elias ensina-nos que todos somos chamados a fazer a experiência de Deus que, muitas vezes, se manifesta a nós no que é quase imperceptível e insignificante. Acostumados e tentados a valorizar somente o que é espetacular, somos surpreendidos com a simplicidade de Deus e, por isso, muitas vezes não sentimos sua presença em nossa vida. Além disso, aprendemos que o costume de nos julgar mais fiéis que os outros é presunção reprovada por Deus.

No Evangelho, Jesus continua mostrando-nos o caminho da verdadeira Lei que ele viera completar, não anular. Trata de duas questões delicadas e extremamente exigentes, especialmente para os tempos atuais: o adultério e o divórcio. Ao condenar o primeiro, Jesus o condena à raiz. Dessa forma, não se pode dar asas ao sentido do olhar, que leva ao desejo, que conduz à prática. Numa sociedade cada vez mais liberal, urge fortalecer a convicção de que o amor conjugal exige a fidelidade e que só esta é capaz de traduzir o verdadeiro amor na sua máxima expressão de ágape.

Igualmente repudiado por Jesus, o divórcio põe a perder o sentido original da união conjugal que é expressão da entrega total do homem e da mulher no amor que os faz uma só carne. “O amor é doação recíproca, encontro de liberdades que se unem. Atração física sem amor é alienação, imaturidade humana porque não exprime a pessoa para a pessoa, mas apenas o sexo para o sexo; numa palavra, tenta reduzir o outro a uma coisa, uma posse, um bem de consumo” (Missal Cotidiano). Nunca nos suceda, contudo, sermos juízes das pessoas, condenando-as ou excluindo-as por nem sempre conseguirem viver com toda sua força esta palavra do evangelho. Só Deus tem poder para isso.

Senhor, mostra-te a nós e faze-nos sentir tua presença. Livra-nos da presunção, fortalece o amor dos que, sentindo tua presença, responderam sim à vocação matrimonial a fim de que seu amor, vivido na confiança e na fidelidade, seja expressão de teu amor misericordioso. Amém!

Comentários

  1. Leitura do primeiro livro dos Reis.
    Elias sai e permanecer firmes diante do Senhor, volta para ungir os escolhidos, pois sabe que ele não é o único. Comer o pão misterioso que fortalece a Eucaristia fazer a experiência com Deus e voltar ao ami de Deus.

    Podemos observar a planta que nasce teimosa na Fenda de uma rocha. Rompe sua dureza e mantém firme o desejo de viver. Ainda, olhando ao nosso redor, e não muito longe vimos que nos cercam pessoas simples mas cheias de gestos nobres e loucos pela fidelidade ao amor e a verdade elas fazem a vida brotar no meio de tantas outras atitudes que horrorizam e ferem a vida humana.
    Se queremos amar não podemos ter desejos egoístas, pois o amor verdadeiro é comunhão de vida, eterno É indissolúvel como o amor de Deus por nós.


    Senhor,ouvi a nossa voz, o nosso coração fala com você confiante, não esqueça de nós.
    Mostra a ti a nós e nos faz sentir a tua presença e fortalece em nós o amor. Amém

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  2. Assim como o Profeta Elias, inspirador da ordem carmelita, ajuda- me Senhor a viver sempre na sua presença de amor.

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