Fé e compromisso social

Terça-feira da 9ª Semana do Tempo Comum

4 de junho

 

Leituras

2Pd 3,12-15a.17-18

Sl 89(90),2.3-4.10.14 e 16 

Mc 12,13-17

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

“A César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12,17). Muitos se servem desta afirmação de Jesus para estabelecer uma dicotomia entre fé, religião e o compromisso político que todo cristão deve assumir na construção de uma sociedade justa e fraterna. Firmam-se nesta passagem para separar a fé da vida, ou seja, optam pelo caminho de uma espiritualidade desencarnada e descomprometida com o cotidiano da vida que exige posições claras e definidas em favor da justiça, da promoção e defesa da vida nos lugares e circunstâncias em que é mais ameaçada.

Em sua resposta aos fariseus se é licito ou não pagar o imposto a César, Jesus deixa claro que a ninguém é lícito tomar o lugar de Deus. “Jesus não faz uma avaliação política sobre a bondade do estado romano, porém, afirma um princípio moral: Deus é o rei supremo a quem devemos servir” (Missal cotidiano). Não se trata, portanto, de opor estas duas realidades: a divina e a humana, mas de respeitá-las na autonomia própria de cada uma delas.

Comentando essa passagem, escreve Bento XVI: “Os cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a dignidade suprema de todos os seres humanos, criados à imagem de Deus e destinados à vida eterna. Os cristãos lutam por uma partilha equilibrada dos recursos da terra porque estão convictos de que, como administradores da criação de Deus, temos o dever de zelar pelos mais débeis e vulneráveis, agora e no futuro. Os cristãos opõem-se à avidez e à exploração, convictos de que a generosidade e um amor abnegado, ensinados e vividos por Jesus de Nazaré, são o caminho que leva à plenitude da vida. A fé cristã no destino transcendente de cada ser humano implica a urgência da tarefa de promover a paz e a justiça para todos. Dado que tais fins são partilhados por muitos, é possível uma grande e frutuosa colaboração entre os cristãos e os outros. Todavia, os cristãos dão a César só o que é de César, mas não o que pertence a Deus” (20.12.2012).

Quando agimos assim, preparamo-nos para os novos céus e a nova terra que esperamos, como lembra São Pedro em sua Carta. Devemos, portanto, nos esforçar por levar uma vida de acordo com a Palavra a fim de não sermos surpreendidos pelos descaminhos da vida. Novos céus e nova terra onde habita a justiça significam a destruição total do mal, do egoísmo e de tudo o que fere a dignidade humana. Somos todos corresponsáveis na construção deste novo mundo, prenúncio do Reino de Deus.

Senhor, ajuda-nos a viver uma fé comprometida com a construção do novo céu e da nova terra onde reinem o amor, a justiça, a paz e a fraternidade. Amém!

Comentários

  1. Na leitura da segunda carta de São Pedro.
    A partir da fé tudo o que fazemos ganha novo sentido. "Esperamos novos céus e uma nova terra."

    Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
    Senhor, nos ajude a dar a César somente o que é de César, o que é de Ti somente a Ti pertence. Senhor, nos ajude a te servir que é o nosso rei supremo e nos ajude a construir uma sociedade mais justa, e defender a vida, e nos ajuda a viver uma fé verdadeira e comprometida.

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  2. Que nós possamos fazer o novo céu aqui na terra. Amém!

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  3. Somos todos corresponsáveis na construção de um novo Mundo!

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