O desafio do maior mandamento

Quinta-feira da 9ª Semana do Tempo Comum

6 de junho

 

Leituras:

2Tm 2,8-15

Sl 24(25),4bc-5ab.8-9.10 e 14

Mc 12,28b-34

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Diante de tantas leis e normas, faz sentido o mestre da lei indagar a Jesus sobre qual é o maior mandamento a fim de não se correr o risco de se observar o que é secundário, deixando de lado o que é essencial. Vemos isso com frequência no cotidiano da vida e nos mais variados âmbitos, ou seja, uma super valorização do que é secundário e acessório em detrimento ao essencial e imprescindível.

A novidade da resposta de Jesus está no fato de ele unir o amor a Deus e o amor ao próximo como se fossem um só. Sua conclusão – “Não existe outro mandamento maior do que estes” (Mc 12,31) – mostra que o verdadeiro amor a Deus se encontra no amor ao próximo que se traduz em serviço gratuito e generoso, desinteressado de qualquer retorno.

Amar a Deus, lembra o Papa Francisco, “significa viver d’Ele e para Ele, por aquilo que Ele é pelo que Ele faz. E o nosso Deus é doação incondicional, é perdão ilimitado, é relação que promove e faz crescer”. E o próximo a quem devo amar “é a pessoa que eu encontro no caminho, nos meus dias” e não quem eu pré-seleciono, como ensina o Papa (Angelus, 4.11.2018). Precisamos compreender que “amar é dar-se e viver no outro” (Missal Cotidiano). Somos capazes disso?

O mestre da lei compreendeu e acolheu a resposta de Jesus. E nós, entendemos realmente que amar a Deus de todo coração, alma, entendimento e força e ao próximo como a nós mesmos está acima de os “todos os holocaustos e sacrifícios”? Como concretizamos isso em nossa vida e em nossas relações?

A certeza de amar assim é que nos faz, como Paulo, fortes para “sofrer até às algemas” e tudo suportar pelos que são chamados à fé a fim de que “alcancem a salvação” (2Tm 2,9s). É o amor vivido na sua dimensão vertical e horizontal que nos faz compreender que nenhum sofrimento em Cristo é em vão e nos ajuda a construir comunidade de irmãos (cf. 2Tm 2,11-15).

Ó Pai, perdoa-nos quando quisemos te amar fechando os olhos e o coração ao nosso próximo. Amém!