Chamados e enviados

Quarta-feira da 14ª Semana do Tempo Comum

10 de julho

 

Leituras:

Os 10,1-3.7-8.12

Sl 104(105),2-3.4-5.6-7 (R. 4b)

Mt 10,1-7

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

O risco de se esquecer de Deus durante a prosperidade é iminente. A riqueza e a fartura, muitas vezes, levam a pessoa a dispensar Deus como se ela bastasse a si mesma. Vemos isso constantemente num mundo em que o ser humano é seduzido pelo desejo de uma prosperidade que se traduz na busca do ter e do acúmulo. Quem se deixa conduzir por esse caminho, mais cedo ou mais tarde, experimentará o fracasso e a desilusão.

Esta é a mensagem do profeta Oseias que denuncia Israel por se entregar à idolatria na medida em que experimenta a prosperidade traduzida nas expressões: vinha exuberante, frutos abundantes, altares numerosos (cf. Os 10,1).  O pecado nunca é inconsequente. Quem nele vive, terá seu castigo (cf. Os 10,2ss). Deus, no entanto, acredita na conversão de seus filhos e filhas, por isso, o profeta chama o povo à mudança de vida, a semear a justiça para colher amor; a plantar uma roça nova e procurar o Senhor (cf. Os 10,12).

A misericórdia de Deus abraça sempre os que abandonam o pecado e retomam o caminho da fidelidade ao Senhor. Basta que o procuremos de coração sincero como exorta o salmista: “Buscai constantemente a face do Senhor!” (Sl 104,4)

No evangelho, Jesus escolhe os doze apóstolos e os envia em missão. Antes, confere-lhes o próprio poder de cuidar da vida: expulsar os espíritos maus e curar as doenças (Mt 10,1). Os destinatários da missão são, em primeiro lugar, “as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10,6). Quem são elas? Onde estão? Por que ficaram perdidas? Desafios de ontem e de hoje.

O conteúdo da missão é anunciar a chegada do Reino, ou seja, a presença de Cristo no mundo. Os enviados, hoje, nunca é demais lembrar, são todos os cristãos, tornados missionários em virtude do batismo recebido. Diz o Papa Francisco: “Cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de evangelização, e seria inapropriado pensar num esquema de evangelização realizado por agentes qualificados enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor das suas ações” (EG 120). Como temos vivido nossa vocação missionária?

Ó Cristo, converte nosso coração para que assumamos com coragem e alegria a missão que nos confias, indo, antes de tudo, ao encontro dos que se desgarraram de teu amor e de tua graça. Amém!