Compaixão e missão

Terça-feira da 14ª Semana do Tempo Comum

9 de julho

Santa Paulina – Memória

 

Leituras:

Os 8,4-7.11-13

Sl 113B(115),3-4.5-6.7ab-8.9-10 (R. 9a)

Mt 9,32-38

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

O profeta Oseias tem a missão de abrir os olhos do povo a fim de que enxergue o quanto se distanciou de Deus e as consequências que sofrerá por seguir seus próprios caminhos e não os de Deus. Aqui aparecem, pelo menos, três atitudes reprováveis do povo: escolher reis por conta própria, sem observar os critérios de Deus; usar riqueza para fabricar ídolos; prestar culto a ídolos.

Por causa desse mau comportamento, o povo experimentará a dor e o sofrimento – “Semeiam ventos, colherão tempestades; se não há espiga, o grão não dará farinha; e, mesmo que dê, estranhos a comerão” (Os 8,7). Não é o que ocorre conosco quando preferimos seguir nossos caminhos, intuições e projetos a viver na fidelidade dos projetos de Deus?

Quando abandonamos os preceitos de Deus, experimentamos o sofrimento que destrói e mata. Quando consideramos os preceitos de Deus como “coisa que não nos toca” (cf. Os 8,12), nosso culto perde o sentido, nosso amor a Deus torna-se falso, nossa vida fica sem rumo. Perguntemo-nos então: que significado têm para nós os preceitos divinos?

No evangelho, Jesus mostra-se um itinerante anunciando o Reino. Ele cura as pessoas, ensina nas sinagogas e prega nos lugares por onde passa. Aprendemos com Ele que o missionário não pode perder tempo e que todo lugar é lugar de anunciar. Alguns o admiram – “Nunca se viu coisa igual em Israel” (Mt 9,32) -, outros tentam desacreditá-lo – “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios” (Mt 9,34). Com qual desses grupos nos identificamos?

O centro deste texto, no entanto, é a compaixão de Jesus pelas multidões “cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36). Não pode ser missionário quem fica indiferente à realidade de dor e sofrimento do povo. Sem entranhas de compaixão, não podemos viver a missão que o Senhor nos confia. É a compaixão que nos leva a agir em favor dos mais vulneráveis e pobres, vítimas de sistemas excludentes que privilegiam os poucos que têm muito e descartam as multidões que vivem na exclusão e na miséria.

Pedir ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita (Mt 9,38) é reconhecer que a missão é de todos e para todos, mas que só a abraçarão, verdadeiramente, os que se deixarem guiar pela compaixão que nos identifica com os “cansados e abatidos como ovelhas sem pastor”. Quem são eles hoje? Onde estão? Como nos comportamos diante deles?

Senhor, faz de nós trabalhadores e trabalhadoras de tua messe movidos pela mesma compaixão que teu Filho manifestou para com os “cansados e abatidos”. Amém!

Comentários

  1. Não pode ser missionário quem fica indiferente à realidade de dor e de sofrimento do povo.

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  2. Leitura da profecia de Oseias.
    Quem semeiam ventos colherão tempestades. Estão construindo rei contra a vontade de Deus. O que é construir altares de pecados nos dias de hoje? O que é voltar para o Egito?

    De um lado está o povo entusiasmado com Jesus, do qual Ele tem compaixão, do outro os que se opõem à sua ação. E qual é nossa atitude hoje?

    Senhor, tenha misericórdia de nós, não levando a sério nossas faltas, ajude Jesus a libertar todos os que praticam a maldade nesse mundo ou em seus corações tramando mentiras e injustiças. Que os nossos desejo sincero de amor e servir se realiza para o bem de todos. Amém


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