O caminho da santidade

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

19 de agosto

 

Leituras

Ez 24,15-24

Sl Dt 32

Mt 19,16-22

 

Por Pe. Geraldo Martins

O profeta Ezequiel experimenta uma dor profunda com a morte de sua esposa e nem lhe é permitido viver o luto. Isso lhe é avisado pelo próprio Deus – “Vou tirar de ti, por um mal súbito, o encanto de teus olhos. Mas não deverás lamentar-te nem chorar ou derramar lágrimas” (Ez 24,16).

O profeta serve-se de sua experiência para anunciar ao povo que também ele passará pelo mesmo caminho de dor sem, contudo, poder se lamentar nem chorar (cf. Ez 24,21-23). O que isso significa? Que o pecado da infidelidade do povo para com seu Deus tem consequências graves em sua vida. E que Deus, ao permitir que o povo passe por essa experiência, deseja sua conversão que nasce da lembrança de que Deus é seu Senhor (Ex 24,24).

Fica para nós, então, essa lição: sofremos sempre as consequências de nossas infidelidades a Deus que, no entanto, jamais se afasta de nós desde que nos voltamos a Ele de coração arrependido.

No evangelho, Jesus mostra que o caminho da santidade passa pelo desapego dos bens e pela opção de uma vida simples, pobre e solidária com os pobres. Vivemos numa sociedade que estimula o consumo, o apego e o acúmulo de bens. E são tantos que gastam sua vida nessa direção. O que colhem afinal? Vazio e frustração.

Na vida, o que vale é ser para os outros. Por isso Jesus vai apontar como caminho para a vida eterna, não o cumprimento legalista dos mandamentos, mas sua prática em favor do pobre e o seguimento dele – “vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21). O seguimento a Jesus se dá após o despojamento de tudo e da solidariedade com os pobres. Nem todos estão dispostos a isso.

Ao homem rico do evangelho faltava o dom da gratuidade, lembra o Papa Francisco. E, em muitas ocasiões, nos parecemos com ele. “Muitas vezes fazemos o mínimo indispensável, enquanto Jesus nos convida a fazer o máximo possível. Quantas vezes nos contentamos com os deveres – os preceitos, algumas orações, e muitas coisas deste gênero – enquanto Deus, que nos dá a vida, nos pede impulsos de vida!” (Papa Francisco – Angelus, 10.10.21).

Conversão, desapego, solidariedade com os pobres, gratuidade, seguimento de Jesus, eis o caminho da santidade. Estamos dispostos a trilhá-lo?

Senhor, educa-nos para a fidelidade ao teu amor. Faz-nos solidários com os pobres a fim de nos tornarmos aptos a seguir teu Filho e, assim, alcançar teu Reino que Ele mostrou presente entre nós. Amém!

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Nossas orações pelo aniversariante do dia

Natalício
Pe. Anderson José do Nascimento  (Ordinariado Militar)

Comentários

  1. Leitura do livro do profeta Ezequiel.
    Deus não se alegra com Sofrimentos de nenhuma pessoa, mas sim chama-nos à conversão para nos libertar deles.

    No chamado que Deus nos faz só é possível ouvi-lo se houver renúncia e desprendimento; e quem não está disposto a renunciar fica "triste".

    Senhor, nos liberta do apego, nos educa a fidelidade ao teu amor. Nos ajude a sermos solidários aos mais pobres, e assim conseguir alcançar o teu Reino. Amém

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  2. Que Jesus possa educar- nos para afidelidade ao seu amor e ao desapego das materiais.

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  3. Senhor dai-nos a graça do desapego aos bens, materiais e alegria de sempre partilharmos com nossos irmãos o que temos, que recemos de graca pelo Senhor.

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