Apelo à conversão e à fé

Sexta-feira da 17ª Semana do Tempo Comum

2 de agosto

 

Leituras:

Jr 26,1-9

Sl 68(69),5.8-10.14

Mt 13,54-58

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

O profeta Jeremias enfrenta a fúria dos sacerdotes, dos profetas e do povo por denunciar o culto que prestavam sem nenhum compromisso com o Senhor e por anunciar a destruição do templo como ocorrera com o santuário de Silo, onde ficava a Arca da Aliança, destruído pelos filisteus (cf. 1Sm 4). Suas palavras soaram como blasfêmia aos ouvidos de seus ouvintes que decretaram sua morte (cf Jr 26,9). Jesus viveu a mesma experiência de Jeremias (cf Mt 26,59-61).

Na verdade, o apelo do profeta é pela conversão do povo que se traduz na disposição de viver de acordo com a lei do Senhor e escutar os verdadeiros profetas (cf. Jr 26,5). Por que temos tanta dificuldade em admitir nossas infidelidades e, ao invés de buscar a conversão, preferimos desacreditar os que nos alertam dos descaminhos que tomamos?

No evangelho, Jesus passa pelo constrangimento de não ser reconhecido por seus conterrâneos. E por que não o reconhecem? Por duvidarem de sua sabedoria e dos milagres que fazia, considerando ser de origem pobre e ter vida simples – “Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?" (Mt 13,55s).

A falta de fé de seus conterrâneos é muro que impede a ação de Jesus em seu favor – “não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé” (Mt 13,58). Compreendemos, assim, que a fé é a condição sem a qual não podemos experimentar a força transformadora de Cristo em nossa vida.

Um dos empecilhos para o despertar da fé é o preconceito, como vimos neste texto de Mateus. E como isso está presente em nossas comunidades em relação, sobretudo, aos ministros leigos e leigas! “Quando deixamos prevalecer o conforto do hábito e a ditadura dos preconceitos, é difícil abrirmo-nos à novidade e deixarmo-nos surpreender. (...) Sem abertura à novidade e, acima de tudo, [sem] abertura às surpresas de Deus, sem espanto, a fé torna-se uma ladainha cansada que morre lentamente e se torna um hábito, um hábito social” (Papa Francisco – Angelus, 4.7.21).

Senhor, perdão pelas vezes que não vivemos de acordo com tua lei, nem escutamos teus profetas e profetizas que nos chamam à conversão. Fortalece nossa fé a fim de reconhecermos teu Filho como nosso libertador e salvador. Amém!

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