A qualidade da oração

Quinta-feira da 27ª Semana do Tempo Comum

10 de outubro

 

Leituras

Gl 3,1-5

Sl Lc 1

Ev Lc 11,5-13

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Um dos temas da Carta de São Paulo aos Gálatas é a salvação pela fé em relação às obras. Anteriormente o apóstolo havia afirmado: “Sabendo, porém, que não se é justificado por observar a Lei de Moisés, mas por crer em Jesus Cristo, nós também abraçamos a fé em Jesus Cristo” (Gl 2.16). Agora, ele faz uma dura repreensão aos gálatas a quem chama de insensatos por caírem na tentação de valorizar mais a lei que a fé – “Vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora, pela carne, chegar à perfeição?” (Gl 3,3), indaga Paulo.

Essa repreensão de Paulo faz lembrar aqueles que têm dificuldade em perseverar na renovação que a Igreja realiza ao longo da história. O Concílio Vaticano II, por exemplo, provocou uma revolução na Igreja a fim de que respondesse mais eficazmente aos desafios da modernidade. Ainda hoje, passados sessenta anos, há quem resista ou negue seus ensinamentos.

Paulo nos faz compreender que aquele que crê “não é chamado a um esforço voluntarista para cumprir as obras da Lei, mas a ser dócil ao Espírito, que os torna crentes para cumprirem os mandamentos, crucificando o próprio egoísmo, a ponto de poderem dizer: ‘Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim’ (Gl 2, 20)” (dehonianos.org).

No evangelho, Jesus ensina que não basta rezar, mas que a oração deve ter as características da insistência e da perseverança. Essas nascem de um coração que crê e confia. Tal atitude, no entanto, exige ação – pedir, bater, procurar (cf Lc 11,9). A confiança e a certeza de que será atendido na oração vêm da experiência do amor infinito do Pai que jamais decepciona os filhos – “se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem” (Lc 11,13).

Aqui está o elemento fundamental: o Espirito Santo! Só ele é capaz de nos fazer apresentar ao Pai nossas reais necessidades. Pedir o Espirito Santo, portanto, é o suficiente e devemos pedi-lo com toda insistência.

Guardemos essa verdade: “é preciso rezar sempre, até quando tudo parece vão, quando Deus nos parece surdo e mudo, e que perdemos tempo. Mesmo que o céu se ofusque, o cristão não deixa de rezar” (Papa Francisco – Audiência Geral, 11.11.2020).

Senhor, livra-nos da insensatez de menosprezar a fé no teu Filho Crucificado-ressuscitado. Faz-nos perseverantes na oração e dá-nos o Espirito Santo a fim de alcançarmos o Reino que nos prometeste. Amém!