Chamados e envidados

Quinta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum

3 de outubro

Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e Companheiros - mártires

 

Leitura

Jó 19,21-27

Sl 26(27)

Lc 10,1-12

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

A intensidade da dor e do sofrimento de Jó, longe de levá-lo ao desespero ou à revolta, fortalece sua esperança e sua confiança em Deus. Ele crê, firmemente, que nada será em vão, que sua paixão não ficará esquecida e que a justiça não lhe faltará. Por isso, vai dizer com convicção: “Eu sei que o meu redentor está vivo (...) e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus” (Jo 19, 25s).

Não o desespero, mas a certeza de que seu sofrimento não ficará sem recompensa é que mantém viva a fé de Jó. Ele sabe que “Deus está do seu lado e tem certeza de que, antes de sua morte, ou mesmo depois dela, o Eterno se levantará em juízo a seu lado, como defensor e vingador, e proclamará perante todos sua inocência” (Missal Cotidiano).

E nós, como nos comportamos quando o sofrimento atroz nos visita? Quando somos perseguidos e torturados pela dor? Temos a mesma convicção de que Deus vem em nosso auxílio para proclamar nossa inocência?

No evangelho, Jesus envia os discípulos para a missão. A extensão da messe exige um número maior de operários e não apenas o grupo dos doze apóstolos que Jesus havia constituído. Dai a recomendação de Jesus para suplicarem ao Pai que envie mais operários para a messe. Isso nos faz pensar, hoje, que a missão deve fazer parte da vida de todos os batizados. Todos eles são enviados a proclamar que o Reino de Deus chegou. Este envio “prefigura a missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os povos” (Papa Francisco).  

Para a missão, no entanto, Jesus faz algumas recomendações. Em primeiro lugar, o missionário deve ter a marca da mansidão – “Eis que envio vocês como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,3). Mansidão que não se confunde com ingenuidade, passividade ou submissão a qualquer situação que contradiga a dignidade humana. Em seguida, Jesus mostra que o missionário/a deve ser livre, desapegado, pobre – “Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!” (Lc 10,4). Em terceiro lugar, os enviados de Deus devem ser mensageiros da paz, da vida e do Reino – “curem os doentes que nela houver e digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós” (Lc 10,9). Não devem ser exigentes, mas aceitar o que lhe for oferecido.

Os missionários devem se preparar também para a rejeição, afinal, nem todos estarão abertos à novidade do Reino. Ainda assim, não devem calar o anúncio do Reino (cf. Lc 10,10s).

Ó Cristo, não deixes esmorecer nossa fé e nossa esperança quando passarmos pela noite escura da dor e do sofrimento. Envia-nos para a missão e faz-nos autênticos anunciadores de teu Reino. Amém!

Comentários

  1. Eis que envio vocês como cordeiros em meio aos lobos!
    O missionário deve ter em si a marca da mansidão

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  2. Leitura do livro de Jó.
    Jó manifesta sua profunda fé: "Verei a Deus, meus olhos contemplarão"; pois com amor, até mesmo na dor, tudo tem sentido.

    O evangelho transforma-nos e faz-nos partilhar o pão, o bem, a justiça e a paz por isso o reino está próximo de vós".

    Senhor, nos ajude a permanecer firmes na fé, e nossa esperança quando passamos pelo sofrimento e pela dor, e nos ajude a sermos verdadeiros missionário, dai-nos sabedoria .amém

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