Paciência diante do insucesso

Terça-feira da 26ª Semana do Tempo Comum

1º de Outubro

Santa Teresinha do Menino Jesus - Memória

 

Leituras

Jó 3,1-3.11-17.20-23

Sl 87(88)

Lc 9,51-56

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Quando a dor e o sofrimento são intensos, é comum questionarmos sobre o sentido da vida. Às vezes, questionamos até mesmo a Deus. Não raro, nessas horas, nossa prece se torna um lamento ou um grito, quase sempre, regado pelas lágrimas.

É o que vemos acontecer com Jó em seu sofrimento. Após sete dias em silêncio, ele prorrompe numa lamentação e amaldiçoa o dia em que nasceu e não a Deus a quem permanece fiel. Seu grito soa como uma oração de quem não entende o que lhe acontece, mas não perde a confiança em Deus. Seus “por quês” revelam a contingência e a pequenez humana diante da grandeza de Deus cujos mistérios são insondáveis (cf. Jó 3,20.23).

“O grito dramático de Jó é certamente semelhante aos gritos que nós próprios já soltamos em situações de grande sofrimento. Pode-se chegar mesmo ao sinistro desejo da morte. Mas é passando por semelhante provação que podemos encontrar Deus, ou perdê-lo! Agora que Jó está ‘nu’ diante de Deus, pode conhecê-lo e amá-lo. É certo que se lamenta e grita. Mas faz isso diante de Deus” (dehonianos.org).

No evangelho, Lucas apresenta Jesus tomando a “firme decisão” de ir para Jerusalém onde passará por sofrimento maior que o de Jó, doando a própria vida em favor da humanidade. É o início da grande viagem daquele que cumprirá plenamente a vontade do Pai. Logo no início, ele passa pela dor da rejeição. Os samaritanos não querem recebê-lo porque ele vai para Jerusalém. Indignados, Tiago e João querem responder a isso com violência e são repreendidos por Jesus.

A rejeição é, sem dúvida, algo que fere o âmago. Não ser bem acolhido é uma experiência dolorosa e, às vezes, traumática. No seguimento de Jesus, é preciso estar preparado para tudo e não se precipitar nas reações. “A primeira condição do discípulo é a paciência em face do insucesso. Jesus reprova Tiago e João e os convidará a dar o tempo necessário à realização da conversão e ao progresso do reino” (Missal Cotidiano).

A impaciência destes dois apóstolos não é também a nossa quando nos sentimos rejeitados em nossos projetos e intentos? A mansidão e a não violência são o caminho mais seguro e a melhor resposta às situações adversas que, muitas vezes, enfrentamos. É o que nos ensina Jesus ao sofrer a resistência dos samaritanos e ser rejeitado por eles.

Senhor, ouve nosso grito, nosso lamento, quando a dor e o sofrimento nos visitam. A exemplo de teu Filho, ensina-nos a paciência e a mansidão diante do insucesso na missão que nos confias. Amém!  

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