Purificar o interior pela caridade

Terça-feira da 28ª Semana do Tempo Comum

15 de outubro

Santa Teresa de Ávila - Memória

 

Gl 5,1-6

Sl 118(119)

Lc 11,37-41

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Impressiona como algumas pessoas têm dificuldade em aceitar o novo e insistem em caminhos já superados. Isso ocorre também na vivência da fé e, quase sempre, leva a divisões e conflitos. Fechadas a práticas que se justificavam no passado, mas que não respondem mais aos tempos atuais, essas pessoas têm dificuldade de se integrar na vida da comunidade e colocar seus dons a serviço da Igreja.

É disso que trata esse trecho da carta de Paulo à comunidade dos Gálatas em que muitos cristãos tinham dificuldade de compreender a novidade que é Jesus Cristo. Sujeitando-se aos ritos judaicos como a circuncisão, os Gálatas são repreendidos de forma enérgica por Paulo que os chama de insensatos. O apóstolo explica com clareza que, a partir de Cristo, a circuncisão não tem mais nenhum proveito (Gl 5,2). Quem insiste nesta prática fica obrigado à lei, rompe com Cristo e perde a graça (Gl 5,3-4).

Paulo insiste que, a partir de Cristo, o que vale é “a fé agindo pela caridade” (Gl 5,6). É preciso compreender que “a vida cristã não exclui as obras: ela as concentra no amor fraterno e as olha como frutos que brotam da fé. A fé ativa a caridade, é ativa pela caridade” (Bíblia do Peregrino).

No evangelho, Jesus mostra aos fariseus a diferença entre o que se faz e a intenção com que faz algo. Usando a imagem “interior/exterior”, Jesus revela que a preocupação deve recair sobre o interior que tem a capacidade de esconder a verdadeira intenção de nossas práticas.

Mais do que se preocupar com uma pureza exterior, o que vale é a prática da caridade. Por isso Jesus vai dizer: “deem esmola do que vocês possuem e tudo ficará puro para vocês” (Lc 11,41). Lembremo-nos: “Deus busca a intimidade responsável do ser humano, a qual se expressa nas obras de caridade” (Bíblia do Peregrino). Compreendemos, assim, que “dar esmola, símbolo da prática da caridade fraterna, é mais significativo e valioso do que a simples limpeza das mãos e dos utensílios domésticos” (paulus.com.br).

Senhor, perdoa-nos pelas vezes que nossas preocupações recaíram sobre o que é exterior e deixamos de praticar a verdadeira caridade que torna limpo nosso interior. Amém!