Viver do Espírito, não da carne

Quarta-feira da 28ª Semana do Tempo Comum

16 de outubro

 

Leituras

Gl 5,18-25

Sl 1,1-2.3.4 e 6 (R. cf. Jo 8,12)

Lc 11,42-46

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Ao enumerar os frutos da carne ou dos instintos, contrapondo-os aos do Espirito, São Paulo ressalta que só quem se deixa guiar pelo Espírito é livre. Em relação aos primeiros, destacam-se as obras referentes à sexualidade e à concórdia. Já os frutos relativos ao Espírito têm como destaque o amor contra o qual a lei nada pode objetar (cf. Gl 5,23).

O apóstolo exorta os cristãos a viverem do Espírito e não do instinto. Para tanto, é necessário “crucificar a carne com suas paixões e seus maus desejos” (cf. Gl 5,24), ou seja, praticar a mortificação interior que “ganha sentido cristão como imitação e participação na paixão de Cristo”, não se referindo diretamente a penitências corporais (cf. Bíblia do Peregrino).

Como temos nos deixado guiar no cotidiano de nossa vida: pelos instintos ou pelo Espírito cujos frutos criam harmonia, comunhão, bem-estar? Lembremo-nos: “o dom do Espírito vem-nos do sacrifício de Jesus, sacrifício total, fruto do seu amor oblativo, de onde brota a liberdade total do Ressuscitado” (dehonianos.org).

No evangelho, Jesus cobra autenticidade e coerência dos fariseus, lançando sobre eles uma espécie de ameaça por trilharem o caminho oposto: "ai de vocês..." No caminho do discipulado de Cristo é necessário distinguir o verdadeiro sentido do agir. A lei pela lei não leva a nada. Pagar o dizimo é preceito legal. Cumpri-lo ignorando o preceito natural de praticar a misericórdia e a justiça depõe contra quem assim age (cf. Lc 11,42). Este vem primeiro e não pode ser negligenciado.

Ninguém deve viver de aparência, sobretudo, se tem função de liderança na comunidade. A imagem dos túmulos que escondem podridão e morte em seu interior mostra a hipocrisia dos fariseus que viviam de aparência. Quantos vivem de aparência, contaminando os outros com a hipocrisia condenada por Jesus!

A reprimenda de Jesus aos doutores da lei, por sua vez, aponta o defeito das autoridades que fazem vida dupla, exigindo dos outros o que elas mesmo não praticam, como lembra o Papa Francisco.  “A autoridade é uma ajuda, mas se for exercida mal, torna-se opressiva, não deixa crescer as pessoas, causa um clima de desconfiança e de hostilidade e leva também à corrupção” (Angelus – 5.11.207).

Senhor, faz-nos viver do Espírito a fim de que, na coerência e na autenticidade, produzamos frutos de amor, bondade e ternura. Amém!

Comentários

  1. Somos chamados a viver na justiça e no amor.

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  2. "Senhor, faz-nos viver do Espírito a fim de que, na coerência e na autenticidade, produzamos frutos de amor, bondade e ternura. Amém!"

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  3. Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas.
    A obediência a Cristo crucifica os nossos desejos, mas nós traz plena liberdade, que é serviço de amor.

    Cristo espera que sejamos autênticos e simples, abertos ao Espírito, disponíveis e unidos na Igreja. O contrário, é impor fardos sobre os ombros dos outros.

    Senhor, nos ajude a viver verdadeiramente no Espírito e testemunhar o amor a caridade, ternura e bondade. Amém

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