A caminho com Jesus

Quarta-feira da 31ª Semana do Tempo Comum

6 de novembro

 

Leituras:

Fl 2,12-18

Sl 26(27),1.4.13-14

Lc 14,25-33

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Após elogiar os Filipenses por sua coerência, Paulo deixa-lhes pelo menos três recomendações: trabalhar “com temor e tremor” pela própria salvação, fazer tudo sem murmuração e conservar a palavra da vida (Fl 2,12.14.16). Comportando assim, eles ficarão livres de repreensão, serão reconhecidos como filhos de Deus “sem defeito” e brilharão como astros no mundo em contraposição a uma “geração depravada e pervertida” (Fl 2,15).

Eis aí um caminho que cada um de nós também deveria seguir no esforço de viver autenticamente a fé cristã, conscientes de que, além de nosso esforço, haveremos de contar, sobretudo, com a graça de Deus para alcançarmos a salvação. Afinal, é Ele quem opera em nós “tanto o querer como o fazer” (Fl 2,13). Para tanto, será necessário que nos abramos permanentemente à sua graça, do contrário, nada do que fizermos dará frutos.

No evangelho, Jesus aponta o desapego e a cruz como condição para se tornar seu discípulo. Trata-se de uma opção radical e fundamental, capaz de mudar tudo na vida de quem a faz. Só é capaz de fazê-la quem planeja a própria vida, considerando a radicalidade da decisão de colocar-se a caminho com Jesus. O que implica exigentes e constantes renúncias, afinal, “viver como cristãos não é fazer passeata com o Senhor. Trata-se de renunciar, construir, lutar. Exige-se separação, radicalidade, realismo” (Missal Cotidiano). 

Nessa mesma direção, alerta-nos o Papa Francisco: “Jesus veio para colocar em crise – mas de modo saudável – a vida dos seus discípulos, desfazendo as fáceis ilusões daqueles que acreditam poder conjugar vida cristã e mundanidade, vida cristã e acordos de todo gênero, práticas religiosas e atitudes contra o próximo”. E continua: “Trata-se de não viver de forma hipócrita, mas de estar disposto a pagar o preço de escolhas coerentes — é esta a atitude que cada um de nós deve procurar na vida: a coerência — pagar o preço da coerência com o Evangelho” (Angelus, 18.8.2019).

Senhor, assiste-nos com tua graça para que, sem temor nem tremor, nos coloquemos a caminho com teu filho, renunciando a tudo e vivendo a coerência que nos identifica como seus autênticos discípulos. Amém!