Conversão, caminho de quem crê

Terça-feira da 33ª Semana do Tempo Comum

19 de novembro

Santos Roque González, Afonso Rodrigues e João de Castillo - mártires

 

Leituras:

Ap 3,1-6.14-22

Sl 14(15),1a e 2-3ab.3cd-4ab.5 

Lc 19,1-10

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Iniciamos, nesta semana, a leitura do livro do Apocalipse, palavra que significa ‘revelação’. Escrito para animar as comunidades que passavam por grandes perseguições, o Apocalipse exige um pouco mais de atenção para sua compreensão dada a linguagem e imagens que usa. É um livro de esperança endereçado, especialmente, às sete Igrejas da Ásia, lembrando que o número sete significa a totalidade, a perfeição. Portanto, é um livro dirigido a toda a Igreja.

Na liturgia de hoje, o autor se dirige às comunidades de Sardes e de Laodiceia. A primeira “tem fama de estar viva, mas está morta” (Ap 3,1). É uma chamada de atenção dos que não vivem conforme a fé – “Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar!” (Ap 3,2). Bem que esse apelo poderia se dirigir também a muitos de nós e de nossas comunidades que deixaram apagar o fervor da fé e do seguimento de Cristo. Quantos há que andam desanimados e não participam mais da comunidade eclesial! Parecem vivos, mas estão como mortos...

À Igreja de Laodiceia o apelo é ainda mais contundente, uma vez que a comunidade passava por situação pior. Divididos entre seguir a Cristo e viver “despreocupados no conforto e no bem estar que as riquezas lhes proporcionam” (Bíblia Pastoral), os cristãos desta comunidade são chamados a uma decisão: ou aderem a Jesus de verdade ou não se declarem cristãos, daí o autor dizer com veemência: “nem és frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15-16).

O apelo, tanto para uma quanto para outra comunidade, é de conversão. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 3,22). Temos ouvido esse apelo à conversão?

No evangelho, a conversão de Zaqueu testemunha que Cristo “veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,10). Observemos um detalhe: Zaqueu queria ver Jesus, mas é Jesus quem o vê e se oferece para hospedar-se em sua casa. Isso é lindo! Quando nos dispomos a ir ao encontro de Cristo, Ele se antecipa e se apresenta a nós.

Outro detalhe é a conversão de Zaqueu. É imediata. Bastou Jesus entrar em sua casa para ele sentir a necessidade de mudar de vida. “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais” (Lc 19,8). Tornou-se pobre como Jesus. Eis a verdadeira conversão. Mudou de vida! Por isso, encontrou a salvação – “Hoje a salvação entrou nesta casa” (Lc 19,9).

Anime-nos, diante deste evangelho, a palavra do Papa Francisco: “O olhar de Deus nunca para no nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para aquilo em que podemos nos tornar” (Angelus – 30.10.22).

Senhor, desperta em nós o desejo de ver Jesus para que sejamos vistos por Ele. Dá-nos a graça de hospedá-la em nosso coração a fim de que, convertidos, alcancemos a salvação. Amém! 

Comentários

  1. Leitura do livro do Apocalipse de São João.
    A conversão exige constante revisão de vida. E quando exijo a convenção dos outros, devo abraçar a minha também: "esforça-te pois, e converte-te".

    O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
    Todos os que tem sinceridade na procura de Deus o encontram, convertem-se e recebem D'Ele toda graça e salvação.
    Zaqueu tem uma atitude muito diferente dos murmuradores: procura Jesus desprende-se dos bens materiais reparte com os pobres. Eis sua conversão.

    Senhor, desperta em nós o desejo de caminhar sem pecado e praticar a justiça fielmente e liberta a nossa língua de toda colônia. E nos dá a graça de hospedar o teu Filho na casa do nosso coração afim de convertido alcancemos a salvação amém

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  2. O olhar de Deus nunca para em nosso passado cheio de erros, mas olha para o nosso presente com grande amor e misericórdia para quem quer melhor.

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