Nosso dever: servir

Terça-feira da 32ª Semana do Tempo Comum

12 de novembro

 

Leituras:

Tt 2,1-8.11-14

Sl 36(37),3-4.18-23.27 e 29 (R. 39a)

Lc 17,7-10

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Como um mestre que ensina ao seu discípulo, Paulo orienta Tito a exercer sua missão com fidelidade aos ensinamentos de Jesus, tendo uma palavra para cada membro da comunidade segundo seu estado de vida. Assim, ele deve orientar tanto as pessoas idosas, quanto as mulheres, as esposas e os jovens. A todos deve mostrar o caminho da santidade que passa por uma vida exemplar na vivência das virtudes como fé, caridade, paciência, sobriedade, prudência, moderação, prudência.

Estando no mundo, todos sofremos tentações segundo nosso estado de vida. Nossa união íntima com os ensinamentos de Jesus e nossa confiança total em sua graça é que nos garantem a vitória sobre tudo que nos tenta desviar do caminho da santidade.

Além disso, devemos pautar nossa vida pela humildade que se traduz no serviço desinteressado e reconhecido do quanto somos devedores de Deus por tudo que nos concede. A parábola contada por Jesus, embora possa dar margens a interpretações equivocadas se lida na ótica do servilismo, quer ressaltar, antes de tudo, que a missão do cristão é servir com humildade e gratuidade. A expressão “somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10) coloca em evidência que, diante de Deus, tudo o que fizermos ainda é pouco.

Em sua encíclica Deus Caritas Est, o papa Bento XVI escreve: “Quanto mais alguém trabalhar pelos outros, tanto melhor compreenderá e assumirá como própria esta palavra de Cristo: «Somos servos inúteis» (Lc 17, 10). Na realidade, ele reconhece que age, não em virtude de uma superioridade ou uma maior eficiência pessoal, mas porque o Senhor lhe concedeu este dom. Às vezes, a excessiva vastidão das necessidades e as limitações do próprio agir poderão expô-lo à tentação do desânimo. Mas é precisamente então que lhe serve de ajuda saber que, em última instância, ele não passa de um instrumento nas mãos do Senhor; libertar-se-á assim da presunção de dever realizar, pessoalmente e sozinho, o necessário melhoramento do mundo. Com humildade, fará o que lhe for possível realizar e, com humildade, confiará o resto ao Senhor. É Deus quem governa o mundo, não nós” (Deus Caritas Est – 35).

Senhor, concede-nos viver com fidelidade as virtudes que nos conduzem à santidade e aumenta nossa disposição para servir-te com alegria e humildade nos pobres e excluídos sem esperar outra recompensa que não seja tua graça, teu amor, tua misericórdia. Amém!