Humano como nós

Terça-feira da 3ª Semana do Advento

17 de dezembro de 2024

 

Leituras:

Gn 49,2.8-10

Sl 71(72),1-2.3-4ab.7-8.17 (R. cf. 7)

Mt 1,1-17

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Próximo de morrer, Jacó reúne seus doze filhos e lhes anuncia o futuro de cada um deles com sua respectiva tribo, com destaque para Judá. Este terá a força da realeza simbolizada no leão (Gn 49,9), numa referência ao reinado de Davi, simbolizado no cetro (Gn 49,10). Porém, depois de Davi virá outro rei a quem pertencem o cetro e o bastão e “a quem os povos obedecerão” (Gn 49,10).

Trata-se de “um rei ideal a quem caberá definitivamente o comando e de cujo reino farão parte outros povos. É a expectativa de um ungido (= Messias) por excelência, graças ao qual poderá realizar-se a tão esperada salvação” (Missal Cotidiano). Jacó vê Davi como aquele de quem descende o Messias. É a este que pertence o cetro, sinal de poder, mas um poder que se traduz no amor e no serviço, porque “para Deus reinar é servir a seus servos, feitos seus amigos” (Missal Cotidiano).

A genealogia de Jesus, narrada no evangelho, nos faz compreender melhor esse texto de Gênesis e nos dá a certeza de seu cumprimento. O que nos ensina a genealogia de Jesus? Em primeiro lugar, ela nos mostra o desenvolvimento da história da salvação ao falar de cada geração que antecede o nascimento de Jesus. Em segundo lugar, mostra-nos que Jesus tem uma descendência plenamente humana. Ele tem sua raiz na história humana, não há como negar, portanto, sua humanidade. Além disso, aparecem algumas mulheres, coisa raríssima de acontecer na genealogia segundo a cultura judaica. São todas estrangeiras [Tamar, Raab, Rute e Betsabeia - "aquela que fora mulher de Urias" (Mt 1,6)] e consideradas pecadoras. Isso mostra, de forma antecipada, a solidariedade de Jesus com pecadores e revela que Ele é salvador de todos.

Comentando esse evangelho, disse o Papa Francisco: “Certa vez ouvi alguém que dizia: ‘Mas essa passagem do Evangelho parece uma lista telefônica!’ Mas não, é algo completamente diferente: essa passagem do Evangelho é história pura e de um tema importante. (...) Deus fez-se história. Está conosco. Caminhou conosco. (...) Quando Deus quer dizer quem é, diz: “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Mas qual é o sobrenome de Deus? Somos nós, cada um de nós. (...) Ao aproximar-se o Natal, é natural pensar: se Ele fez a sua história conosco, se tomou o seu sobrenome de nós, se deixou que escrevêssemos sua história, nós, por nossa vez, deveríamos deixar que Deus escrevesse a nossa” (Casa Santa Marta, 17.12-2013). Somos capazes de fazer isso?

Ó Pai, a encarnação de teu Filho manifesta sua solidariedade com a humanidade a quem ama e salva. Escreve a história de nossa vida e abre nosso coração para acolher teu divino Filho no amor e na alegria. Amém!

Texto revisado em 17.12.24 às 7h57

Comentários

  1. Leitura do livro do Gênesis.
    Esse texto mostrado como Deus age em sua providência: " O cetro não será tirado de Judá".
    O cetro é sinal de poder, mas para Deus ter poder e reinar é servir; e foi isso que Jesus fez e nos mandou fazer, se o amamos de Verdade.


    A genealogia de Jesus nos traz um sentido muito profundo, pois nos mostra que o pai preparou longamente a história humana para colher o seu Filho Jesus.
    Jesus quer evidenciar o cumprimento da promessa messiânica alimentada durante tantos anos: o Salvador é filho de Davi .

    Senhor, abre o nosso coração para acolher o teu divino Filho no amor e na alegria. Amém

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  2. Deus fez- se história, está conosco e caminha conosco através de Jesus Cristo.

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