Identificar e vencer os anticristos

Terça-feira – 7º Dia na Oitava do Natal

31 de dezembro de 2024

 

Leituras

1Jo 2,18-21

Sl 95(96),7-8a.8b-9.10

Jo 1,1-18

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

No Batismo e na Crisma, recebemos a unção que nos infunde o Espírito Santo, força e sabedoria de Deus (cf 1Jo 2,20). Por ele somos capazes de distinguir e vencer os anticristos de que fala São João em sua primeira carta. Quem são esses anticristos? São aqueles que se opõem à verdade revelada por Jesus ou, como diz São Paulo, “o adversário que se levanta contra tudo que se chama Deus” (2Ts 2,4).

Chama atenção o fato de São João afirmar que o anticristo sai da própria comunidade – “Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos” (1Jo 2,10). É verdade. Às vezes, a oposição à fé vem de dentro de casa, de nossas famílias, de quem já recebeu os sacramentos da Igreja, mas se deixaram contaminar pelas heresias que grassam no mundo do conhecimento, da técnica ou da ignorância. 

Para vencer os anticristos, "o critério é simples: aceitar Jesus como o Messias, com todas as suas consequências, ou seja, glorificado; isso implica reconhecê-lo como Filho de Deus em sentido forte” (Bíblia do Peregrino). Quantos têm dificuldade em relação a isso!...

No evangelho, João nos remete ao ato da criação ao falar da chegada de Cristo ao mundo. Diz: “no princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1,1). É a nova criação que se refaz em Jesus que assume a carne humana – “tudo foi feio por meio dele e sem ele nada foi feito” (Jo 1,3). Assim, Jesus se apresenta com vida, luz e verdade (cf. Jo 1,4.9).

A acolhida a Jesus é, antes de tudo, um ato de fé e não tanto do intelecto. Por isso, nem todos são capazes de reconhecê-lo como o Filho de Deus que assume a carne humana e arma sua tenda entre nós – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). De fato, como entender que Deus, em sua grandeza, se rebaixe tanto ao ponto de se tornar um de nós, assumindo tudo que é humano, menos o pecado?! - "Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram" (Jo 1,11).

O terceiro prefácio do Natal nos ajudar a saborear esse mistério ao rezar: “enquanto vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao se tornar um de nós, ele nos torna eternos”. Feliz de quem guia sua vida pela beleza dessa verdade!

Ó Pai, confirma em nós a unção que nos reveste de teu Espírito a fim de que, rejeitando os modernos anticristos, nos disponhamos a acolher teu divino Filho que, tornado humano, eleva nossa dignidade e nos faz participar de sua divindade. Amém!