Sinais que nos conduzem a Cristo

Sábado da 2ª Semana do Advento

14 de dezembro de 2024

São João da Cruz – Memória

 

Leituras:

Eclo 48,1-4.9-11

Sl 79(80),2ac e 3b.15-16.18-19 (R. 4)

Mt 17,10-13

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

Nos capítulos 44 a 50 do livro do Eclesiástico, o autor traz à memória os nomes de homens ilustres que marcaram a história de Israel dentre os quais Elias, o grande profeta do século IX a.C (cf. 1Rs e 2Rs). Aqui, o autor sagrado relembra alguns dos grandes feitos de Elias e reconhece que ninguém pode se comparar a ele, concluindo: “Felizes os que te viram, e os que adormeceram na tua amizade!” (Eclo 44,11).

O elogio feito a Elias é o reconhecimento de sua fidelidade a Deus no cumprimento da missão que lhe fora confiada. É o profeto de fogo. “Por ter sido arrebatado ao céu, a tradição judaica (cf. Mt 3, 24) espera que ele regresse, a fim de preparar o povo para a vinda do Messias (v. 10). O Novo Testamento recebe esta tradição judaica do regresso de Elias e a vê realizada em João Batista” (dehonianos.org).

Jesus confirma essa tradição judaica ao responder à pergunta de seus discípulos “Por que os mestres da Lei dizem que Elias deve vir primeiro?" (Mt 17,10). A resposta de Jesus remete a João Batista – “Elias já veio, mas eles não o reconheceram” (Mt 17,12). Os próprios discípulos entenderam que Jesus se referia a João Batista (cf. Mt 17,13).

Ao dizer isso, Jesus deseja que os discípulos o reconheçam como Messias esperado. Já não há como duvidar. Os sinais que apontam para essa verdade são evidentes. Podemos nos perguntar: quais são os sinais que, hoje, nos apontam para Cristo? Como os vemos? O que nos dizem?

O que nos ensinam, então, esses textos? Que devemos nos espelhar em Elias e João Batista que nos convocam a uma nova relação com Deus, baseada no amor e na fidelidade. Dessa forma, chegaremos facilmente a Jesus, o Messias que vem a nós e assume nossa condição humana no mistério da encarnação.

Neste advento, “devo deixar-me interpelar por João Batista cuja voz proclamava corajosamente, como fizera o profeta Elias, o direito de Deus sobre a nossa humanidade: só a Ele prestar culto, aderir integralmente à Aliança. Neste sentido, João é, como Elias, um fogo irresistível, um profeta cuja palavra ilumina os meus caminhos e os da minha comunidade, e se ergue como juízo severo contra o pecado, contra toda a infidelidade à Aliança” (dehonianos.org). Deixo-me interpelar por João Batista? Ouço seus apelos de conversão?

Senhor, faz-me atento aos teus sinais que me revelam a presença de teu Filho entre nós. Abrasa-nos com o fogo da fé e da esperança para que jamais nos desviemos dos caminhos da conversão e da salvação. Amém!