A missão de Jesus e nossa

Segunda-feira depois da Epifania

6 de janeiro de 2024

Leituras

1Jo 3,22-4,6

Sl 2,7-8.10-11

Mt 4,12-17.23-25

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

O início da atividade missionária de Jesus apresentada por São Mateus traz, pelo menos, quatro elementos que chamam atenção. O primeiro é o momento em que começa a missão: logo após a prisão de João Batista. Sai de cena o “maior dentre os nascidos de mulher” (cf. Lc 7,28), começa a missão do “Eleito de Deus” (Jo 1,34). Ele vem como Luz que há de iluminar as trevas que tomam conta do coração humano e das estruturas de morte da sociedade.

O segundo elemento é o lugar onde Jesus começa sua missão: Cafarnaum, na “Galileia dos pagãos” ((Mt 4,15). Jesus não vai para Jerusalém, centro do poder político, econômico e religioso, mas para a periferia que tem como marca a pobreza, o sofrimento, a discriminação. É um sinal claro de que veio primeiro para os pobres, os marginalizados, os excluídos, os descartados. Esse povo que vivia nas trevas, agora vê, antes dos outros, a grande Luz (Mt 4,16). 

O conteúdo de sua pregação é o terceiro e principal elemento na missão de Jesus. Ele anuncia que o “Reino de Deus está próximo” (Mt 4,17). O caminho para entrar nesse reino é a conversão. Toda a vida de Jesus gira em torno do Reino de Deus, chamado por Mateus de “Reino dos Céus”. É preciso ficar atentos para o significado e as exigências desse Reino, do contrário, dele não participaremos.

O quarto elemento é a confirmação da Boa Nova trazida por Jesus e a resposta dos que dela se beneficiavam. À pregação e ao ensino, Jesus acrescenta gestos que libertam e curam o povo de suas enfermidades, isto é, devolve-lhe a vida e a liberdade – “e Jesus os curava” (Mt 4,24). A consequência, naturalmente, era uma adesão à pessoa de Jesus – “numerosas multidões o seguiam” (Mt 4,25).

Tornados missionários pelo batismo, herdamos a missão de Jesus: anunciar o Reino de Deus para os pobres e marginalizados, implementando ações que defendam e promovam sua vida. Urge, para tanto, vencer os anticristos que sempre se colocam no caminho dos que se propõem anunciar a Boa Nova da libertação.

Adverte-nos o Papa Francisco: “Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG, 20). Onde fica nossa "Galileia" para iniciarmos a missão? Quem são os anticristos que devemos vencer?

Senhor, dá-nos coragem e disposição para levarmos a Luz do Evangelho aos que vivem na escuridão do desamor e da incredulidade, da pobreza e da miséria, a fim de que encontrem a alegria da vida e a esperança da vitória sobre seus males. Amém!