O desejo de Jesus

Quinta-feira da 1ª Semana do Tempo Comum
16 de janeiro de 2025

Leituras:
Hb 3,7-14
Sl 94(95),6-7.8-9.10-11
Mc 1,40-45

Por Pe. Geraldo Martins

A lepra era uma das doenças mais temidas na época de Jesus. Era a que “tornava mais impuro o homem, porque destruía a sua integridade física e era considerada sinal de pecado, o que fazia do leproso um excomungado” (Missal cotidiano). A lei prescrevia não tocar no leproso. Quem o fizesse, tornava-se impuro. Compreende-se assim a situação de uma pessoa com lepra. Era totalmente isolada, excluída, praticamente, descartada. Quem de nós conseguiria viver assim?

O pedido de cura, vindo do leproso, mostra sua resignação com sua situação, ao mesmo tempo em que revela sua confiança em Jesus: “Se queres, tens o poder de curar-me” (Mc 1,40). É uma súplica de quem não impõe seu desejo, mas aceita os desígnios de Deus. Não é um conformismo com sua situação, tampouco uma posição derrotista. É entrega à vontade de quem tudo pode. 

Jesus, “cheio de compaixão” (Mc 1,41), ignorando completamente a lei, estende a mão e toca nele. É como se assumisse para si a lepra daquele homem, manifestando assim seu desejo: “eu quero: fica curado!” (Mc 1,41). A missão de Jesus é curar, salvar, reintegrar as pessoas à vida da comunidade. Tirá-las da marginalidade que a doença lhes impõe ainda hoje. 

A cura realizada por Jesus reacende a esperança e a alegria daquele homem que não se contém. Desobedece a uma ordem de Jesus e conta para todos o que lhe aconteceu. Quem de nós conseguiria guardar ou mentir a respeito de tamanho benefício? Diz São João Paulo II: “Que reconhecimento grande sente este homem quando o seu pedido é atendido! Ele corre a difundir a notícia do milagre a todos os que encontra. Tão grande felicidade provém do homem que tem fé!” (Manila, 21.02.1981).

Aprendamos com o leproso a rezar com fé e a colocar toda nossa confiança em Jesus. Ele nos toca e nos cura da lepra do pecado, que nos afasta de Deus e dos irmãos. Deixemo-nos, também, guiar pela mesma compaixão de Jesus que nos faz aproximar de nossos irmãos e irmãs e tocá-los a fim de que sintam a força de Deus que cura e liberta, integra e salva.

Senhor, nós nos submetemos inteiramente à tua vontade e poder. Vem a nós e purifica-nos de tudo aquilo que nos impede de sentir a alegria da vida. Reintegra-nos, com teu amor e misericórdia, à comunidade de teus discípulos-missionários. Amém!

Comentários

  1. Senhor, nós nos submetemos inteiramente à tua vontade e poder. Vem a nós e purifica-nos de tudo aquilo que nos impede de sentir a alegria da vida. Reintegra-nos, com teu amor e misericórdia, à comunidade de teus discípulos-missionários. Amém!

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  2. Nosso mundo, vivendo sempre no jogo de interesse e de busca de benefícios próprios, acaba se esquecendo da importância de agradecer. O agradecimento é um gesto profundo de reconhecimento pelo bem recebido. Se devemos agradecer os favores que recebemos um dos outros, quanto mais devemos agradecer ao senhor que jamais e hesitou em nos dar os benefícios de seu amor, de sua graça e de sua misericórdia. Tenhamos, pois, um coração sempre agradecido .

    O homem tem um coração duro, que muitas vezes não compreende o amor de Deus; por isso ele intervém: "hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações".

    Imaginemos o sentimento misericordioso de Jesus diante daquele leproso, que nele coloca sua esperança: "se queres tens o poder de curar-me".
    Jesus toma para si as dores e a rejeição do leproso na comunidade. Toca nele, devolve-lhe a vida, e o faz viver de novo no meio dos outros.

    Senhor, nos purifica das lepras que nos impede de fazer a tua vontade, de sentir a alegria da vida e nos reintegra à comunidade de teus discípulos missionários. Assim

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